Perto de se juntar ao Flamengo, Jorginho confessa 'curiosidade' em atuar no Brasil e conta o que o impressionou no Palmeiras durante o Mundial

Os flamenguistas estão na contagem regressiva para ver mais uma estrela chegar à Gávea. Jorginho, meia do Arsenal, será reforço do Rubro-Negro para o Mundial de Clubes da Fifa, que acontece nos Estados Unidos.

Um dos desejos do clube, o brasileiro naturalizado italiano já tem um acordo com a equipe carioca, mas ficará em Londres até o término da temporada europeia, quando seu contrato atual se encerra. Depois disso, ele se transferirá em definitivo.

Aos 33 anos, o jogador está prestes a viver sua primeira experiência como profissional no Brasil. Nascido em Santa Catarina, o volante saiu do país ainda nas categorias de base, em 2008, rumo ao Hellas Verona, na Itália.

Em entrevista, Jorginho revela que sente “curiosidade” em jogar futebol no Brasil, mas afirma que nunca ter atuado profissionalmente no país não foi um obstáculo para sua carreira de sucesso na Europa.

“Não acho que tenha me prejudicado. Mas hoje eu tenho essa curiosidade de saber como é, de viver essa experiência. Para o meu desenvolvimento, porém, não fez falta jogar como profissional no Brasil”, declarou o meia.

“O que me ajudou foi a infância. No Brasil é diferente. Eu jogava descalço na rua, na praia. Acho que isso me ajudou muito no desenvolvimento do controle de bola.”

Mesmo sem experiência profissional no Brasil, Jorginho conhece bem a tradição e a paixão pelo futebol no país.

E, entre tantas coisas únicas, ele destaca a intensidade das equipes brasileiras ao enfrentar rivais europeus no Mundial de Clubes.

“É impressionante como isso é muito mais forte no Brasil”, comentou Jorginho, que enfrentou o Palmeiras em 2022, quando ainda jogava pelo Chelsea. Na final, o time inglês venceu por 2 a 1, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

“Nós vimos os vídeos do Palmeiras saindo do Brasil, do ônibus, de tudo. O técnico Thomas [Tuchel] fez questão de mostrar isso para destacar a importância que a competição tinha para o futebol brasileiro, para que não subestimássemos o torneio e entrássemos em campo com menos vontade que o adversário.”

“Eu me lembro bem dessa preparação, da diferença que isso tinha para a torcida. Acho que foi algo muito bem feito para o jogo, dando a devida importância para os jogadores. Para nós, brasileiros, já era algo muito especial.”

O placar apertado reflete a dificuldade que o Chelsea enfrentou para superar o Palmeiras, conseguindo a vitória apenas na prorrogação, com um pênalti marcado por Kai Havertz.

Ao ser perguntado se ficou surpreso com o desempenho do Palmeiras contra o Chelsea no Mundial, Jorginho negou, elogiando a organização tática do time treinado por Abel Ferreira.

“Não me surpreendeu. Eu já tinha visto e sabia que seria difícil. Talvez o que me pegou um pouco foi a parte tática, como eles foram bem estruturados. Mas em termos de qualidade e dificuldade do jogo, não foi uma surpresa.”

Com 193 partidas, o meia está perto de se tornar o segundo italiano com mais jogos na Premier League, atrás apenas do zagueiro Angelo Ogbonna, do Watford, que tem 201.

“Isso é muito especial. Vamos ser honestos: eu venho de uma cidade bem pequena. Meu sonho era só virar jogador de futebol. Acabei construindo uma carreira como essa, trazendo muitas alegrias para minha família e amigos. Chegar a esse marco é algo muito gratificante e que me enche de orgulho. Tenho certeza de que minha família também sente isso. É algo muito prazeroso.”

Será que ele ainda pode alcançar o primeiro lugar e superar as 229 partidas de Gianfranco Zola na liga inglesa?

“Sobre ser o primeiro, essa é uma pergunta que vamos deixar em aberto por enquanto (risos). Vamos ver o que acontece.”