OPINIÃO: A melhor Data Fifa em muitos anos deixa evidente quem valoriza sua seleção e quem a negligencia.

Espanha 3 x 3 Holanda, Alemanha 3 x 3 Itália, Portugal 5 x 2 Dinamarca, França 2 (5) x 0 (4) Croácia, Israel 2 x 4 Noruega, Colômbia 2 x 2 Paraguai, Argentina 4 x 1 Brasil...
Nos últimos dias, testemunhamos a Data Fifa mais empolgante em um longo período. Afirmo isso porque não faltaram emoção, grandes clássicos e partidas que entrarão para a história. Na Europa, a Nations League ganhou ainda mais brilho com sua nova cara, oferecendo quatro jogos incríveis nas quartas de final.
É óbvio que um confronto entre Alemanha e Itália, ambas tetracampeãs mundiais, atrai todos os olhares, independentemente da fase das equipes. Mas a avalanche de gols nesse embate, com um tento esperto de escanteio dos alemães e, no mínimo, constrangedor para os italianos, não foi algo isolado.
Quem acompanhou os dois duelos entre Espanha e Holanda, com um placar agregado de 5 a 5, percebeu como é raro ver a seleção de Luis de la Fuente, cheia de jovens talentosos, sair derrotada, e como os holandeses conseguem competir em alto nível mesmo sem uma geração excepcional.
A partida de volta em Valência teve clima de mata-mata de Copa do Mundo. Portugal, ainda contando com um Cristiano Ronaldo inspirado, conseguiu uma goleada emocionante contra a sólida Dinamarca na prorrogação.
A badalada França de Mbappé precisou até de pênaltis para superar a resistente Croácia de Modric. A elite europeia parece renovar suas seleções com maestria, e quase todas as equipes, classificadas ou não, mostram sinais de um futuro promissor.
Podemos listar vários favoritos europeus para a Copa do Mundo na América do Norte no próximo ano.
Na América do Sul, a Argentina, atual campeã mundial e bicampeã continental, encarou dois clássicos com seriedade e competência, mesmo sem Messi e Lautaro Martínez. Preservando De Paul, venceu o Uruguai por 1 a 0 em Montevidéu, dominando o jogo e se impondo fora de casa quando quis. Contra o Brasil, deu um show de futebol e aplicou uma goleada histórica na seleção brasileira em eliminatórias (nunca o pentacampeão mundial havia sofrido quatro gols em uma partida do qualificatório sul-americano).
Além da exibição impecável, os argentinos transformaram Raphinha e seu discurso de "porrada neles" em motivo de chacota e memes. O Brasil vai à Copa, já que agora há vagas para quase todos, mas as cicatrizes desse 4 a 1 vão doer por muito tempo, quase como o famoso 7 a 1 contra a Alemanha (o placar no Monumental bem poderia ter sido 7 a 1, dado o desempenho das duas equipes).
O descaso da CBF com a seleção principal nos últimos anos tem cobrado um preço alto (vale lembrar que a sub-20 venceu o Sul-Americano deste ano, mas sofreu um 6 a 0 da Argentina no início da campanha). Trocas frequentes de técnicos, quase todos sem o nível ou o momento ideal para comandar o time pentacampeão, uma gestão altamente questionável, falta de rumo e convicção, desorganização e ausência de um projeto sólido de médio e longo prazo.
Mesmo com vários jogadores brilhando na Europa e disputando prêmios individuais, o Brasil exibe ao mundo, com vergonha, um coletivo medíocre.
Messi celebrou com orgulho que a resposta da Argentina vem dentro de campo. Raphinha, em grande fase no Barcelona, foi ao mesmo tempo arrogante e ingênuo ao elevar o tom do clássico Argentina x Brasil em uma entrevista com Romário (que soube conduzir a conversa de forma astuta, algo que nenhum outro jogador da seleção deveria repetir nos próximos anos, servindo como exemplo clássico de falta de humildade e noção).
Dorival Júnior, um sujeito simpático que prometeu levar a seleção à final da Copa de 2026, provavelmente não chegará à próxima Data Fifa empregado.
Em meio à atuação desastrosa do Brasil em Buenos Aires, houve a reeleição sem concorrência de Ednaldo Rodrigues na CBF, o que deve levar a uma nova busca por Carlo Ancelotti ou outro técnico estrangeiro, ou ainda a aposta em um novato promissor como Filipe Luís, que comanda o poderoso Flamengo há poucos meses.
Para quem menospreza a Data Fifa e reclama quando ela interrompe a Premier League ou o futebol brasileiro de elite, fica a lição de que é essencial levar a sério os confrontos entre seleções, especialmente os clássicos. Perder de goleada para um rival é sinônimo de humilhação, demissão de treinador e mudança de planos.
A Itália evitou um fiasco contra a Alemanha no segundo tempo. O Brasil saiu com a pecha de freguês da Argentina, que agora tem clara vantagem no histórico entre os dois gigantes sul-americanos.
Que venha a próxima Data Fifa, as semifinais emocionantes da Nations League (Alemanha x Portugal e Espanha x França), um novo técnico e um novo rumo para a seleção mais famosa do planeta.
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